quinta-feira, 1 de julho de 2010

Devaneios sobre o trabalho alheio

Nada mais demodé do que o Soneto de Fidelidade de Vinicius de Moraes.

Todos vocês em algum momento da sua vida, seja acadêmica, amorosa ou social, já se depararam com este.
Sempre relacionado a relacionamentos amorosos nas mais diversas interpretações.

Como eu sou do contra (mentira), esta minha visão sobre tal soneto:

*De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.*

A todo momento, agora e sempre, vai se dedicar totalmente ao seu "amor".
E este será tanto, que mesmo diante de algo realmente esplendoroso, sua dedicação será somente a ele.

*Quero vivê-lo em cada vão momento
E em louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.*

Deseja vivenciar cada momento de forma presente e assumidamente.
Mesmo em momentos ruim e também em momentos bons, que lhe cause alegrias ou tristezas, quer estar firme e feliz.

*E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama*

Qual finalidade disso tudo ?!
Para que quando acabar, seja com a morte ou com o fim do relacionamento, que são os possíveis fins dos que ainda vivem e amam..

*Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.*

.. possa olhar pra trais e ver que, embora são dure pra sempre, viveu tão realmente aquilo, a ponto de o tornar eterno dentro de si. E pode dizer.. Foi do caralho!

Quando eu li esse soneto com atenção não enxerguei versos de amor. Ele fala de relacionamento, de vida!
Nos diz que
quando vivemos as coisas que amamos de forma verdadeira e presente, por mais que aquele momento passe (seja lá qual for o motivo), elas se tornam parte da gente. Tornam-se eternas enquanto durarem.. você olha e diz que foi do caralho!

Vivemos com medo de perdemos as coisas que "amamos" ..
ao invés do medo, se dermos espaço para vivenciarmos
realmente essas coisas, uma vez que fisicamente será finito, não haverá arrependimento independente do resultado.

Viva sua vida, não apenas passe por ela.

rbjs ∴

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Amor e Relacionamento

Qualquer um é capaz de afirmar: "- Eu sei o que é amor!" .

Na verdade cada qual tem sua visão sobre ele. Uns partilham de algumas poucas semelhanças, outros muitas, porem todos se diferem. Isso se da pela forma subjetiva de expressão de tal sentimento e aos diversos equívocos relacionados a outros sentimentos.

B
om, eu e essa minha mania de pensar..

Com uns 16 anos, saber como as coisas funcionavam na minha cabeça era uma fixação. Tinha necessidade de entender cada coisa que eu pensava, fazia e sentia, e o porquê daquilo tudo, bla bla bla... (ta, eu sou doente! nunca neguei) A questão é que de lá pra cá eu fiz teoria com tudo que eu consegui. Elas estão em constante reforma, porem a menos mutável, e a que eu mais tenho orgulho, foi a teoria sobre Amor e relacionamento.

É um teorema simples: Amor e relacionamento são coisas completamente distintas.

As pessoas confundem muito esses dois, acham que amam, quando na verdade respeitam, acreditam ter achado amor verdadeiro, quando se está perdidamente apaixonado e toda vez que eu disse: "o amor que você sente pelo seu namorado é o mesmo que sente pela sua mãe." fazem uma cara bem estranha achando que eu tenho complexo de Édipo. haiuhuiahahai
Não se tem ao certo a origem do significado do amor, mas sabe-se que muitos filósofos se aprofundaram na questão. A confusão começa com os múltiplos significados dados ao longo do tempo. Amor de mãe, amor fraterno, amor de namorado, amor platônico...
mas pra entender o que eu estou querendo dizer quero que esqueça todo conceito que você tem sobre amor.

Agora, pense no amor como um sentimento único, imutável e infinito. Esqueça as decepções e desapontamentos. Pense nele como um sentimento além da atração, afeição ou proximidade. Além da confiança e reciprocidade. É um sentimento que apenas une e completa, faz você sentir como se fizesse parte, como se fosse a mesma pessoa, traz um zelo não por interesses, mas o mesmo zelo que tens consigo mesmo. Singular, constante e inabalável. Esse sentimento é que sentes por alguns de seus parentes, namorado(a), amigos, alguns objetos, é o tão falado amor verdadeiro, destituído de preceitos. Você pode ter esse sentimento por qualquer coisa ou pessoa pertencente a toda existência.

Então o que diferencia que você sente pela sua mãe e sua(eu) namorada(o)?!

São as infinitas outras emoções e sentimentos que os envolvem. Pela sua mãe , por exemplo, existe o zelo por quem te trouxe ao mundo, pela namorada tem a atração física e sexual. O sentimento de amor que você tem pelas duas é o mesmo, porem o relacionamento que tem com cada uma difere e muito.

Existe os sentimentos básicos que você define para estabelecer relações, como a confiança, e as condutas que devem ser seguidas, cada uma de acordo a um tipo de relação, como a fidelidade, o companheirismo, a reciprocidade e por ai vai. Esses sentimentos e condutas referem-se ao relacionamento, não ao amor.

Nisso é possível enxergar a brutal diferença entre amor e relacionamento. O amor em si não exige nenhum relacionamento, assim como um relacionamento não exige amor. Na história de um casal o amor é o que faz sentirem um zelo pelo outro tal como consigo mesmo, e esse sentimento não acaba quando a paixão se vai, ou quando uma má conduta, como a infidelidade, acaba com o relacionamento. É possível amar mesmo tendo raiva e mágoas de alguém. O que acabou não foi o amor.

Se todo mundo enxergasse as coisas dessa forma os relacionamentos teriam uma complicação a menos, eu teria menos medo de dizer eu te amo sem ser mal interpretado e as pessoas saberiam avaliar melhor suas relações. A maior confusão que fazem no amor é o confundir com a paixão. Mas se eu for escrever sobre isso vai render um livro. Já falei de mais! Isso interessa a todo mundo, mas é chato ^^
pensem.

rbjs ∴